Ao se falar de luto, geralmente se associa à morte literal de alguém próximo no convívio e ou afetivamente. Por isso, algumas perdas podem parecer mais fáceis de se perceber do que outras. Entretanto, ao longo da vida, pode-se experienciar muitos lutos, sendo alguns por perdas simbólicas. Por exemplo, quando se muda de cidade, ou até mesmo de bairro, há a possibilidade do luto pela perda da relação com a casa e ou da convivência com as pessoas daquele lugar onde se morava. Há pessoas que enlutam após um término de relação amorosa, outras ao se aposentarem e perderem a posição social de outrora. Outras, ainda, vivem o luto quando perdem ou mudam de emprego ao deixarem para trás a rotina com colegas aos quais estavam acostumadas. Há ainda o luto pela morte de animais de estimação considerados como membros da família. Em casos como a demência de um ente querido, o luto pode ser antecipatório, pois há uma perda progressiva das trocas relacionais com o avanço da doença e se assiste a pessoa...
De quando em vez revisito textos de todas as épocas que tive o cuidado de arquivar. Muitas vezes, a intenção é revisar para publicar, pois como diria Sérgio Sampaio, "poesia na gaveta não adianta nada/Lugar de poesia é na calçada". Em outras tantas vezes, revisito somente para me deparar com meus próprios modos anteriores de escrita e refletir como posso aprimorar versos e prosas. Essa semana encontrei rascunhado em um caderno essa pequena poesia de uma memória olfativa das viagens que fazia na infância: Olfato a.n.s.i.e.d.a.d.e na estrada nomeando carros como quem tece relação com o mundo sabia sempre do destino perto quando meu olfato infantil - inexperiente - confundia no terreno diferen...